“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

sábado, 28 de junho de 2008

Uma lição rápida sobre moralidade


Existem duas maneiras pelas quais a máquina humana pode quebrar. Uma delas é quando os indivíduos humanos se afastam uns dos outros ou colidem uns com os outros e prejudicam uns aos outros, traindo ou cometendo violência uns com os outros. A outra é quando as coisas vão mal dentro do próprio indivíduo quando as diferentes partes que o compõem (suas faculdades, desejos etc.) dissociam-se ou conflitam umas com as outras. Pode-se fazer uma imagem clara do que estou falando se imaginarmos os seres humanos como uma frota de navios que navega em formação. A viagem só será bem-sucedida se, em primeiro lugar, os navios não se chocarem entre si e não entrarem uns no caminho dos outros; e, em segundo lugar, se cada navio estiver em boas condições de navegação, com suas máquinas em ordem. Aliás, não dá para ter uma das coisas sem a outra. Se os navios se chocarem, a frota não ficará em boas condições por muito tempo. Por outro lado, se os lemes estiverem com defeito, será difícil evitar as colisões. Se você preferir, pense na humanidade como uma orquestra que toca uma música. Para se ter um bom resultado, duas coisas são necessárias: cada um dos instrumentos deve estar afinado e cada músico deve tocar no momento certo para que os instrumentos combinem entre si.

Há uma coisa, porém, que ainda não levamos em conta. Não nos perguntamos qual o destino da frota, ou qual a música que a banda pretende tocar. Mesmo que os instrumentos estivessem todos afinados e todos tocassem no tempo correto, a execução não seria um sucesso se os músicos, tendo sido contratados para tocar música dançante, tocassem somente marchas fúnebres. E, por melhor que fosse a navegação da frota, a viagem não seria um sucesso se, querendo chegar a Nova York, aportasse em Calcutá.

A moral, então, parece englobar três fatores. O primeiro é a conduta leal e a harmonia entre os indivíduos. O segundo pode ser chamado de organização ou harmonização das coisas dentro de cada indivíduo. O terceiro é o objetivo geral da vida humana como um todo: qual a razão de ser do homem, qual o destino da frota de navios, qual música o maestro quer que a banda toque.

Você já deve ter notado que o homem moderno quase sempre pensa no primeiro desses fatores, esquecendo os outros dois. Quando as pessoas dizem nos jornais que estamos buscando um padrão moral cristão, quase sempre pensam na bondade e na justiça entre nações, classes e indivíduos; ou seja, referem-se apenas ao primeiro fator. Quando um homem, falando de um projeto seu, diz que ele "não pode estar errado, pois não fará mal a ninguém", também está se referindo somente ao primeiro fator. No seu modo de pensar, não importa como o navio está por dentro, desde que não colida com a embarcação ao lado. E, quando começamos a pensar sobre a moral, é muito natural partirmos do primeiro fator, que são as relações sociais. Para começar, os resultados de uma moralidade deturpada nesta esfera são muito evidentes e nos afetam todos os dias: a guerra e a miséria, as jornadas desumanas de trabalho, as mentiras e todos os tipos de trabalho malfeito. Além disso, enquanto ficamos circunscritos a esse primeiro fator, não há muito o que discutir sobre moralidade. Quase todos os povos de todos os tempos chegaram à conclusão (em tese) de que os seres humanos devem ser honestos, gentis e solícitos uns com os outros.

Contudo, embora seja natural começar por aí, um pensamento moral que ficasse restrito a isso seria o mesmo que nada. Se não passarmos ao segundo fator - a organização interna de cada ser humano -, estaremos apenas nos enganando. De que vale dar instruções precisas de navegação aos barcos se eles não passam de embarcações velhas e enferrujadas, que não obedecem aos comandos? De que vale pôr no papel regras de conduta social se sabemos que, na verdade, nossa cobiça, covardia, destempero e vaidade vão nos impedir de cumpri-las? Não quero de maneira alguma dizer que não devemos pensar, e nos esforçar, para melhorar nosso sistema social e econômico. Quero apenas salientar que todo esse planejamento não passará de conversa fiada se não nos dermos conta de que só a coragem e o altruísmo dos indivíduos poderá fazer com que o sistema funcione de maneira apropriada. Seria fácil eliminar os tipos particulares de fraude e tirania que subsistem em nosso sistema atual; mas, enquanto os homens forem os mesmos trapaceiros e manda-chuvas de sempre, encontrarão novas formas de seguir jogando o mesmo jogo, mesmo num novo sistema. É impossível tornar o homem bom pela força da lei; e, sem homens bons, não pode haver uma boa sociedade.

Lewis

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dedicatória do livro "O Pequeno Príncipe"

A simplicidade me encanta e a maneira simples, porém profunda, de como os “poetas” escrevem é fabulosa. O livro "O Pequeno Príncipe" é assim, simples e fabuloso. Nos mostra que a maneira mais bonita de olharmos o mundo é pelos olhos de uma criança. Assim, esse livro não poderia ser dedicado a outra pessoa, senão a crianças. Porém, sob a dificuldade de querer dedicá-lo ao seu amigo Léon Werth (um adulto!), Antoine se explica:

"Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho um bom motivo: essa pessoa grande é o melhor amigo que possuo. Entretanto, tenho um outro motivo: essa pessoa grande é capaz de compreender todas as coisas, até mesmo os livros de crianças. Tenho ainda um terceiro: essa pessoa grande mora na França e ela tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todos esses motivos não bastam, eu dedico então esse livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram um dia crianças - mas poucas se lembram disso. Corrijo, portanto, a dedicatória:
a Léon Werth, quando ele era criança."

Antoine de Saint-Exupéry

A força da simplicidade


As coisas simples sempre me impressionam. Não aquelas de uma simplicidade engendrada e planejada, mas aquelas que são naturalmente simples. Uma frase sem a preocupação excessiva do que se quer falar, um gesto sem intenções próprias, um modo de se apresentar despreocupado de impresionar. Sinto uma alegria singela inexplicável, uma leveza, chego a flutuar. Ao contrário da força e dureza, por exemplo, da lógica, que nos ajuda a não errar nos argumentos, a simplicidade me chega como uma poesia, que nem sequer preciso esforçar-me para recitá-la corretamente quanto ao ritmo, a rima ou às sílabas fortes, e que me dá mais segurança do que a prórpia lógica para não errar. Sinto-me mais seguro com uma boa similitude do que com um silogismo perfeito. Num debate, prefiro recitar uma poesia do que usar um argumento formal e até acho que ela será mais difícil de ser refutada. Assim era com Chesterton; assim era com Lewis; assim era com Samuel Johnson. Não é deixar a emoção se sobrepor à razão, mas deixar que esta trabalhe em parceria com àquela. Esquecemos fácil o que o livro de filosofia nos diz, mas não esquecemos o que uma romance nos ensina sobre a filosofia. Esqueci o que o livro "Física Clássica" me ensinou, mas lembro de tudo do livro "Física Divertida". Depois de ler bastante sobre física quântica, só entendi do que se tratava quando li "Alice no País do Quantum".
Eis porque, há tempos, sempre que vou ler algo como apologética, lógica, cosmologia e filosofia, leio-os concomitante com um conto de fadas, um romance ou um poeta. Isso me ajuda a equilibrar a enfadonha razão e a empolgante emoção. Ganho de ambos os lados, pois se a razão é forte e dura como uma pedra, porém ela afunda na água; e se a emoção é branda e frágil como um pássaro, no entanto ela voa e plana.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Salvo pelo ceticismo

Chesterton diz que seu agnosticismo foi derrotado quando lera tudo o que pôde encontrar, em língua inglesa, da literatura cética. Não foi uma só linha de apologética cristã, mas livros de Herberth Spencer, Huxey e outros. "Eles me semearam na mente as primeiras fortes dúvidas da dúvida [...] Quando assisti a última das palestras atéias do Coronel Ingersoll, irrompeu-me o terrível pensamento: 'Tu quase me persuadiste a ser cristão'." Parece um paradoxo, mas é que Chesterton, cada vez mais, ao aprender mais sobre o ceticismo, observava a inconsistência dos ataques: "A medida que eu lia e relia todas as explicações não-cristãs ou anticristãs da fé, de Huxley a Bradlaugh, uma lenta e terrível impressão se formava gradativa mas graficamente em minha cabeça a impressão de que o cristianismo deve ser maximamente extraordinário. Pois ele, no meu modo de entender, não só tinha os vícios mais ardentes, mas aparentemente tinha um talento místico para combinar vícios que pareciam incompatíveis entre si.

O cristianismo era atacado de todos os lados e por todas as razões contraditórias. Mal um nacionalista acabara de demonstrar que ele pendia demais para o oriente, outro demonstrava com igual clareza que ele pendia demais para o ocidente. Mal a minha indignação se arrefecera diante de sua configuração quadrada angular e agressiva, minha atenção era novamente chamada para observar e condenar sua irritante natureza redonda e sensual."

Se o universo fosse cheio de vida, a afirmação cristã de que Deus desceu a esse planeta para salvar o homem seria um absurdo. Porém, se só existe vida na terra, isso prova que a vida é um subproduto acidental do universo, o que também é uma crítica à doutrina cristã. Fundamentos contrários são sempre ajustados para contradizer o cristianismo. As conclusões contra a doutrina cristã são da seguinte forma: onde há fumaça há fogo, e se não há fumaça é porque o fogo está muito bem escondido.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Darwinismo e a moralidade sã

O darwinismo pode ser usado para dar suporte a duas moralidades insensatas, mas nunca poderá ser usado para dar suporte a uma única moralidade sã. O parentesco e a competição entre todas as criaturas vivas podem ser usados como motivo para sermos insanamente cruéis ou insanamente sentimentais, mas não para um amor sadio pelos animais. Na base evolucionista podemos ser desumanos ou absurdamente humanos, mas não podemos ser humanos. O fato de nós e o tigre sermos um só pode ser uma razão para sermos compassivos para com o tigre. Podemos ensinar o tigre a imitar-nos, mas podemos, com muito mais rapidez, imitar o tigre. No entanto, em nenhum dos casos a evolução nos dirá como tratar um tigre racionalmente, isto é, admirar-lhe as listras e evitar-lhe as garras.

Chesterton

domingo, 22 de junho de 2008

Em defesa da Metáfora

Com freqüência, quando falamos de algo que não se pode perceber com os cinco sentidos, usamos palavras que, em um de seus significados, referem-se a coisas ou atos que o são. Quando alguém diz que agarrou uma idéia, ele faz uso de um verbo (agarrar) que significa literalmente tomar algo nas mãos, mas certamente não está pensando que sua mente possui mãos nem que uma idéia pode ser manejada como um revólver. Para evitar esse termo "agarrar" ele pode mudar de forma de expressão e dizer "vejo o seu ponto de vista", mas não está indicando que um objeto pontudo apareceu no seu campo visual. Pode tentar outra vez e dizer: "Estou seguindo você", sem indicar com isso que está andando atrás de você numa estrada. Todos estão familiarizados com este fenômeno lingüístico e os gramáticos o chamam de metáfora. É, porém, um grave erro pensar que a metáfora é algo opcional que poetas e oradores podem colocar em suas obras como decoração e os que falam com simplicidade podem abster-se dela.

A verdade é que se tivermos de falar sobre coisas que não são percebidas pelos sentidos, somos forçados a usar a linguagem figurada. Os livros de psicologia, economia ou política fazem tanto uso da metáfora quanto os de poesia ou devocionais. Não existe outro meio de falar, como todo filósofo sabe perfeitamente. Os que quiserem ter certeza disso podem confirmar o fato lendo alguns livros desse tipo. É um estudo que dura à vida inteira e devo contentar-me aqui com a simples declaração do fato; toda conversa sobre supersensíveis é, e deve ser, metafórica no mais elevado grau.

Lewis

quarta-feira, 18 de junho de 2008

As leis da natureza movem as coisas?


As leis da física estabelecem, entendo eu, que quando uma bola de bilhar A põe em movimento outra bola de bilhar B, a velocidade perdida por A equivale exatamente à velocidade ganhada por B. Isto é uma lei. Ou seja, é a norma a que se conforma o movimento das duas bolas. Isso, supondo, é lógico, que algo pôs a bola A em movimento. E aqui vem o porém. A lei não o fará. Geralmente é um homem com um taco que o faz. Porém, um homem com um taco nos remete a uma vontade. Admitamos, então, que a bola esteja sobre uma mesa em um barco e que o que a pôs em movimento foi uma sacudida no barco causado por uma onda. Nesse caso, não foi a lei que causou o movimento. Foi uma onda. E a onda, que se movia, certamente seguindo as leis da física, tampouco eram movidas por si próprias. Eram empurradas por outras ondas e por ventos, e assim sucessivamente. Por mais que voltemos à origem da história, nunca encontraremos leis causando nada.
Então surgiu na minha mente a óbvia conclusão deslumbrante: as leis da natureza não tem produzido um só acontecimento em toda a história do universo. As leis são a norma a qual os acontecimentos devem se ajustar, sempre que movidos ou ocorridos. Porém, como conseguimos que ocorram? Como conseguimos que o movimento não se detenha? As leis da natureza não nos podem ajudar a responder essas perguntas. Os acontecimentos as obedecem, como as operações monetárias obedecem as leis da aritmética. Some cinquenta centavos a outros cinquenta centavos e o resultado será de um real. Porém, a aritmética, por si mesma, não porá um só centavo em nossos bolsos. Até agora, eu tinha a vaga idéia de que as leis da natureza poderiam fazer com que as coisas ocorressem. Agora vejo que isso seria como pensar que poderíamos aumentar nossos salários fazendo somas com ele. As leis são a norma a qual se ajustam os acontecimentos. Porém, sua origem deve ser procurada em outro lugar.
Talvez se possa expressar esta idéia dizendo que as leis da natureza explicam todas as coisas, exceto a origem dos acontecimentos.
Então, de onde vem os acontecimentos? Cada acontecimento procede de um acontecimento prévio. Porém, o que ocorre se seguirmos a linha do processo até a sua origem?
Nosso problema atual não são as coisas, mas os acontecimentos. A ciência, quando atingir um estado de perfeição, explicará a conexão entre cada elo da corrente, porém a existência real da corrente continuará completamente inexplicável.
Em Hamlet, quebra-se um galho e Ofélia morre. O fato ocorreu porque o galho se quebrou ou porque Shakespeare quis que Ofélia morresse neste momento da obra? Escolham o que quiserem, até mesmo as duas possibilidades. A alternativa sugerida pela pergunta não é, de maneira alguma, uma alternativa real, uma vez que sabemos que é Shakespeare o autor de toda obra.

Lewis

domingo, 8 de junho de 2008

Utilitarismo x Cristianismo


O Utilitarismo diz que uma coisa é boa se nos trás felicidade, se ajuda a ficarmos mais felizes. Impedi-la de ser usufruída é mal. O que interessa para o Utilitarismo é quanto gozo nos acarretam as ações. Já o Cristianismo é mais exigente, não basta isso. As ações "más" lhes são reprováveis, ainda que nos ofereçam vantagens e alegria. Não podemos fazê-las, mesmo que nos traga felicidade; é injusta.

O poder do homem para fazer de si mesmo o que bem quiser, significa o poder de alguns homens para fazer dos outros o que bem quiserem. (Lewis)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Douta ignorância e Dupla ignorância


A ignorância é a limitação da verdade, ao passo que o erro é sua negação. Quem ignora e quem erra não sabem. Porém, quem ignora pensa saber e engana-se a si próprio, o que equivale a dupla ignorância. Ao dizer "só sei que nada sei", Sócrates afirmava que nada sabia e, ainda, que sabia que não sabia. Por isso, ao saber que não se sabe, procura-se saber: é a douta ignorância. Isto não ocorre com aquele que não sabe e ainda desconhece que não sabe. Nesta má ignorância o sujeito pensa que sabe e, por isso, não procura saber. Assim, ele não sabe o que pensa saber e também desconhece que não sabe: é duplamente ignorante. Nesse sentido, a ignorância consciente é um precioso preservativo do erro. De outra forma, imaginar saber quando não se sabe é a pior das ignorâncias e o maior obstáculo ao conhecimento, porque não se procura a luz da verdade.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Quem poderia imaginar?


A experiência me diz que a realidade, além de com­plicada, é quase sempre inesperada. Ela não é clara, não é óbvia, raramente é do jeito que você esperava. Por exemplo, quando você des­cobre que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, pensa naturalmente que todos os planetas de­vem se comportar da mesma maneira, que são separa­dos por distâncias iguais ou distâncias que aumentam proporcionalmente, ou que devem aumentar ou dimi­nuir de tamanho à medida que se afastam do Sol. No en­tanto, não encontramos nem métrica nem método (que possamos compreender) nos tamanhos ou nas distâncias. Além disso, alguns planetas possuem uma lua; outros, quatro; alguns, nenhuma; e um planeta tem um anel.

A realidade costuma, de fato, ser algo que você jamais teria imaginado. Este é um dos motivos pelo qual acredito no cristianismo. Trata-se de uma religião que você nunca teria conseguido inventar. Se ela nos oferecesse o tipo de universo que es­peraríamos encontrar, eu acharia que ela havia sido in­ventada pelo homem. Porém, a religião cristã não é nada daquilo que esperávamos; apresenta todas as mudanças inesperadas que as coisas reais possuem. Deixemos de lado, portanto, todas as filosofias pueris e suas respostas simplistas. O problema não é nada simples, e a respos­ta tampouco.

C. S. Lewis

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Na amizade, dividir não é diminuir


Se num grupo de três amigos (A, B e C), A morrer, B perderá não apenas A, mas também "a parte de A em C", enquanto C perderá não apenas A, como também "a parte de A em B". Em cada um de meus amigos existe algo que apenas outro amigo é capaz de trazer à tona plenamente. Eu, sozinho, não sou grande o bastante para pôr uma pessoa inteira em atividade; preciso de outras luzes além da minha para revelar todas as facetas dessa pessoa. Agora que Charles morreu, nunca mais verei a reação de Ronald a uma determinada brincadeira de Charles. Em vez de ter mais de Ronald (de tê-lo só pra mim agora que Charles se foi), eu passo a ter menos de Ronald. Dois amigos adoram quando um terceiro se junta a eles, e três, quando se junta um quarto, desde que o recém-chegado esteja qualificado para tornar-se um amigo de verdade. Na amizade, dividir não é diminuir.
C. S. Lewis