“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sobre a felicidade

Por Agnon Fabiano

Um mesmo evento ou situação externa não afeta duas pessoas da mesma maneira. O mundo se molda pela maneira que o vemos. Para uns, esse mundo é triste e tenebroso. Para outros é empolgante e alegre. Desta forma, nossa felicidade depende menos da situação externa, do que do modo como encaramos as situações, isto é, o mais importante é a atitude mental com a qual tratamos os eventos que nos afetam.

Um evento, dependendo da visão de cada pessoa, pode diferir de tal maneira que nem parecerá que essas pessoas foram afetadas pelo mesmo evento. Desta forma, os melhores prazeres do mundo experimentados por um tolo, são estéreis, se comparados, por exemplo, com os sentimentos de prazer que Miguel de Cervantes experimentou, numa sela miserável, escrevendo “D. Quixote” ou de John Bunyan ao escrever “O Peregrino”.

Nossa felicidade dependerá muito mais daquilo que “somos” do que daquilo que temos ou experimentamos. Sócrates, ao ver artigos luxuosos à venda, exclamou: “Quanto existe no mundo que eu não quero!”

Schopenhauer, acertadamente, disse que a riqueza pouco pode fazer por nossa felicidade e muitas pessoas ricas são infelizes. Aquilo que um homem tem dentro de si mesmo é o elemento principal para sua felicidade. Daí o “segredo” dos cristãos. A felicidade e a consolação de que os verdadeiros cristão são exemplos têm um motivo: uma maneira peculiar de ver o mundo está no interior deles.

O apóstolo Paulo nos relata o seguinte:


Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez (2Co 11:23-27).

Paulo nos revela que visão de mundo ele tinha em seu interior:


Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Co 3:16).

Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1Co 2:11-14).

Esse modo de ver o mundo, isto é, através do Espírito de Deus, é que o permitiu suportar todas as angústias e, apesar de tudo, poder declarar de forma imponente: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8:38-39).

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