“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Filosofia para a Sala-de-Aula


O que o homem moderno precisa compreender é simplesmente que toda a argumentação começa com uma afirmação ponto-de-partida; isto é, com algo de que não se duvida. Pode-se, é claro, duvidar da afirmação base, mas, nesse caso, já estaria dando início a outra argumentação diferente, propondo que se parta de outra suposição. Todo argumento inicia por um dogma infalível, e esse dogma absoluto, por sua vez, só pode ser discutido, se recorrermos a outro dogma infalível: nunca se pode provar o primeiro ponto-de-partida (senão não seria ponto-de-partida).

Este é o be-a-bá do raciocínio lógico. E tem esta vantagem especial de que pode ser ensinado na escola, como qualquer outro be-a-bá. Não dar início a qualquer discussão sem antes declarar abertamente os postulados de cada um, é uma regra a ser ensinada tanto na filosofia, quanto na matemática de Euclides, ou em qualquer aula comum, usando giz e lousa. E penso que esse princípio poderia ser ensinado de forma simples e racional até mesmo ao jovem, antes de aventurar-se pelo mundo, à mercê da “lógica” e da filosofia imposta pela mídia.

Muitas das desorientações e dúvidas no campo religioso, surgem pelo fato de os céticos de hoje começarem sempre, falando sobre tudo aquilo em que eles não acreditam. Mas, mesmo de um cético, o que queremos saber primeiro é em que ele realmente acredita. Antes de começar a discutir, é preciso saber o que é que não se discute. Essa confusão aumenta infinitamente pelo fato de que todos os céticos de nosso tempo são céticos em diferentes graus dessa dissolução que é o ceticismo.

Agora, nós temos (espero), uma vantagem sobre todos esses novos filósofos sabidos: mantemo-nos em sã consciência. Acreditamos que existe, de fato, a catedral de São Paulo; e grande parte de nós acredita em São Paulo. É preciso deixar bem claro que acreditamos em muitas coisas que, embora façam parte de nossa existência, não podem ser demonstradas. Nem é preciso meter religião na história. Diria até que todos os homens de bom senso, acreditam firme e invariavelmente em umas quantas coisas que não foram provadas e que nem sequer podem ser provadas.

De forma resumida, são elas:

(1) todo ser humano em sã consciência acredita que o mundo e as pessoas ao redor dele são reais e não um produto da sua imaginação ou de um sonho. Ninguém começa a incendiar Londres, se está convencido de que seu criado logo o acordará para o café da manhã. Mas não temos provas, em nenhum momento, de que tudo não passa de um sonho. Que algo exista além de mim é uma afirmação que não está comprovada (nem se pode comprovar…).

(2) Todo homem em sã consciência, acredita não somente que este mundo existe, mas também que ele tem importância. Todo homem acredita que há, em nós, um tipo de obrigação de nos interessarmos por esta visão da vida. Não concordaria com alguém que dissesse, “Eu não escolhi esta farsa e ela me aborrece. Fiquei sabendo que uma senhora idosa está sendo assassinada no andar de baixo, mas eu vou é dormir “. O fato de que há um dever de melhorar coisas não feitas por nós é algo que não foi provado e não se pode provar.

(3) Todos os homens em sã consciência acreditam que existe uma certa coisa chamada eu, self ou ego e que é contínua. Não há nenhum centímetro de meu cérebro igual ao que era há dez anos atrás. Mas se eu salvei a vida de um homem numa batalha há dez anos atrás, fico orgulhoso; se me acovardei, sinto-me envergonhado. A existência desse “eu” axial nunca foi comprovada e não pode ser comprovada. Trata-se de uma questão mais do que “improvável” e que é muito debatida entre os metafísicos.

(4) Finalmente, a maioria dos homens em sã consciência acredita, e todos o admitem na prática, que têm um poder de escolha e responsabilidade por suas ações.
Seguramente é possível elaborar algumas afirmações simples como as acima, para que as pessoas possam saber a que se ater. E se os jovens do futuro não vão ter formação em religião, pode-se-lhes ensinar, pelo menos, de forma clara e firme, um pouco de bom senso, três ou quatro certezas do pensamento humano livre.


G.K. Chesterton (Daily News, 22 de junho de 1907)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Homenagem aos bons livros


Decidi fazer uma homenagem aos bons livros, através de aforismos diversos por mim selecionados e com os quais, de certa forma, coaduno.


"Há tantos livros, mas há tão pouco tempo."
Frank Zappa

"Eu sempre imaginei que o paraíso deve ser algum tipo de biblioteca."
Jorge Borges

"Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abrí-los."
Mark Twain

"Contos de fada são mais do que a verdade. Não porque eles nos dizem que dragões existem, mas porque eles nos dizem que dragões podem ser derrotados."
Neil Gaiman

"Os livros servem para mostrar para um homem que aqueles seus “pensamentos originais”, não são tão novos assim, afinal."
Abraham Lincoln

"Uma casa sem livros é como uma sala sem janelas."
Heinrich Mann

"O pior dos novos livros é que eles nos impedem de ler os antigos."
Joseph Joubert

"Um clássico é um livro que nunca termina de dizer o que tem para dizer."
Italo Calvino

"Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro."
Henry Thoreau

"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive."
Antônio Vieira

"Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas..."
Edmondo Amicis

"A cultura valeu-se principalmente dos livros que fizeram os editores ter prejuízo."
Thomas Fuller

"Os livros podem ser divididos em dois grupos: aqueles do momento e aqueles de sempre."
John Ruskin

"Como é conveniente e agradável o mundo dos livros! - se não se atribuir a ele as obrigações de um estudante, nem considerá-lo um sedativo para a preguiça, mas entrar nele com o entusiasmo de um aventureiro!"
D. Grayson

"Não importa a quantidade de livros que tens, mas a sua qualidade."
Seneca

"Nunca leio um livro antes de o analisar: a leitura influencia negativamente."
Sydney Smith

"É bom ter livros de citações. Gravadas na memória, elas inspiram-nos bons pensamentos."
Winston Churchill

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação."
Jorge Borges

"A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados."
Descartes

"Não há melhor fragata do que um livro para nos levar a terras distantes."
Emily Dickinson

"Caminhais em direcção da solidão. Eu, não, eu tenho os livros."
Marguerite Duras

"Só se devem ler livros escritos há mais de cem anos."
Jorge Borges

"A enorme quantidade de livros que circulam por aí está a deixar-nos completamente ignorantes."
Voltaire

"É menor pecado elogiar um mau livro sem o ler, do que depois de o ter lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume."
Drummond

"As grandes livrarias são monumentos da ignorância humana. Bem poucos seriam os livros se contivessem somente verdades. Os erros dos homens abastecem as estantes."
Marquês Maricá

"Na verdade um livro que não merece ser lido duas vezes não é digno de ser lido nem uma vez."
Jean Paul

"Um livro é como um espelho: quando é um macaco que se olha nele, não pode ver reflectido nenhum apóstolo."
Georg Lichtenberg

"O mal que podem fazer os maus livros só é corrigido pelos bons; os inconvenientes das luzes são evitados por luzes de um grau mais elevado."
Stael

"Se amo alguns livros são aqueles em que sinto que o seu autor, que pode ter morrido séculos antes de eu ter sido engendrado, se dirigia a mim, a mim pessoal e concretamente, a mim em confidência."
Miguel Unamuno

"Livro, quando te fecho, abro a vida."
Pablo Neruda

"Pela grossura da camada de pó que cobre a lombada dos livros de uma biblioteca pública pode medir-se a cultura de um povo."
John Steinbeck

"Um bom livro é a substância de um espírito superior, recolhida e embalsamada para lhe sobreviver."
John Milton

"Passa-se com os livros como com os homens, um pequeno número representa um grande papel; o resto confunde-se com a multidão."
Voltaire

"Há três tipos de livros: os que ajudam a pensar, os que ajudam a não pensar e os que só ajudam a gastar mal o dinheiro."
Noel Clarasó

"Um bom livro é um legado precioso que o autor faz à humanidade."
Joseph Addison

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Filosofar

Para quem não quer confundir rigor com rigidez, é fértil considerar que a filosofia não é somente uma exclusividade desse competente e titulado técnico chamado filósofo. Nem sempre ela se apresentou em público revestida de trajes acadêmicos, cultivada em viveiros protetores contra o perigo da reflexão...
O filosofar, desde a Antigüidade, tem acontecido na forma de fragmentos, poemas, diálogos, cartas, ensaios, confissões, meditações, paródias e peripatéticos passeios...
Rubens Rodrigues Torres Filho

O engano dos best-selleres


Samuel Johnson em 1765 dizia que “os defeitos de um escritor de reconhecida excelência são mais perigosos, porque a influência de seu exemplo é mais ampla, e o interesse da erudição exige que sejam descobertos e apontados antes que lhes seja conferida a sanção da antiguidade e se tornem precedentes de autoridade inquestionável”[1].
Hoje, porém, com as mesmas proporções causadas pelos erros de um “escritor de reconhecida excelência”, temos aqueles escritores que, apesar da falta de excelência, influenciam profundamente o público através da “patente”. Basta um Ph.D ou uma cátedra em Oxford, Harvard, Cambridge, etc, para que tudo o que ele disser seja tido como verdade[2]. Discordo das palavras de Stanislav Andreski, quando dizia que o “pensamento confuso leva a lugar nenhum e pode ser tolerado indefinidamente sem produzir nenhum impacto no mundo", pois as conseqüências do “pensamento confuso” de um moderno escritor Ph.D são incalculáveis, simplesmente pela confiabilidade que lhe é dada com base em seus títulos. Richard Dawkins, por exemplo, é um excelente zoólogo, mas um filósofo trapalhão. O perigo surge quando, sob suas credenciais de zoólogo, ele nos quer ensinar filosofia. Pensa-se que ali estão as letras de um zoólogo profissional, quando, na verdade, estamos lendo o filósofo amador.
Um outro perigo é a quantidade de livros vendidos. Milhões de livros vendidos não é critério de avaliação de um escritor, ainda mais se for escritor moderno, já que vivemos um declínio da cultura intelectual[3].
Não me cansarei nunca de citar Mortimer Adler quando diz que “livros têm ganhado o aplauso da crítica e uma extraordinária atenção popular na mesma proporção em que eles faltam com a verdade - quanto mais eles o fazem, melhor. Muitos leitores, e muito particularmente aqueles que escrevem resenhas na imprensa, empregam outros padrões de julgamento para exaltar ou condenar os livros que lêem - a novidade, o sensacionalismo, a sedução, a força e até mesmo o poder de confundir ou desorientar a mente, no lugar da verdade, da clareza e do poder de esclarecimento”[4].
Aquilo que se conhece há mais tempo foi mais examinado, foi mais bem compreendido e resistiu a um número maior de provas. Por isso, prefiro os antigos...
A perenidade torna-se uma categoria de valor por sua ação de filtragem.


[1] Samuel Johnson, Prefácio à Shakespeare.

[2] Ver, por exemplo, Alan Sokal, Imposturas Intelectuais.

[3] Ver, por exemplo Allan Bloom, O Declínio da Cultura Ocidental e Gigante e Anões.

[4] Mortimer Adler, Como ler um livro ou A arte de ler.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O impostor

[Para as minhas irritações], a desculpa que surge de ime­diato em minha mente é que a provocação foi súbita e inesperada demais; fui pego com a guarda baixa, não tive tempo para me prevenir. Isso até pode servir como atenuante para aqueles atos particulares, que seriam mui­tíssimo piores se cometidos de forma deliberada e pre­meditada. Por outro lado, será que o que um homem faz quando é pego com a guarda baixa não é o melhor sinal de que tipo de homem ele é na realidade? Não é a verdade que sempre se evidencia quando o homem não tem tempo de vestir seu disfarce? Se existem ratos no porão, a melhor maneira de apanhá-los é entrando no local de sopetão. A entrada repentina não cria os ratos, apenas os impede de se esconder. Da mesma forma, a ra­pidez da provocação não faz de mim um homem mal-humorado; simplesmente mostra o quão mal-humora­do eu efetivamente sou. O porão está sempre cheio de ratos, mas, se chegamos fazendo barulho, eles têm tem­po de buscar um esconderijo antes de acendermos a luz. Pelo jeito, os ratos do ressentimento e da vingança mo­ram no porão da minha alma. Ora, esse porão não está ao alcance da minha vontade consciente. Posso contro­lar meus atos em certa medida, mas não tenho controle direto sobre meu temperamento. Se o que mais importa é o que somos, não o que faze­mos - se, com efeito, o que fazemos é importante sobretudo na medida em que revela o que somos -, a con­clusão inescapável a que chego é que a mudança mais urgente a que devo me submeter é uma mudança que meus esforços diretos e voluntários não podem realizar.
[...]
Depois dos primeiros passos na vida cristã, nos damos conta de que tudo o que realmente precisa mudar na alma só pode ser feito por Deus.
Lewis

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Relativismo

Uma espécie de teósofo me disse: "O bem e o mal, a verdade e a mentira, a loucura e a sanidade, são apenas aspectos do mesmo movimento ascendente do Universo". Já nessa época me ocorreu perguntar: "Supondo que não exista diferença entre o bem e o mal, ou entre a verdade e a mentira, qual é a diferença entre ascendente e descendente?".
Chesterton

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Citação

Os que odeiam o bem estão, às vezes, mais perto do que os que dele nada sabem e pensam que já o possuem.

Lewis

Conforme a moda

Na maioria das minhas discussões (pequenos debates informais), tenho terminado dizendo: “Você não está sendo honesto. Não está aceitando por puro preconceito”. Realmente, as pessoas não andam pensando muito no que acreditam. Na verdade, como dizemos, “acreditam por acreditar”, mas não sabem por que crêem naquilo. Pior de tudo é que mesmo que refutemos argumento por argumento, nosso ponto de vista não é aceito. Quantos de nós acreditamos que o homem veio de um chimpanzé, sem jamais termos lido sequer um livro sobre o assunto? Quantos de nós acreditamos na reencarnação sem saber nada sobre tal doutrina? Simplesmente somos influenciados...

Abri um dos meus livros do Lewis e, coincidência ou não, li o seguinte: “Nossas opiniões não foram adquiridas com honestidade. Simplesmente nos colocamos em contato com uma série de idéias e nela mergulhamos, por nos parecer moderna e bem-sucedida. Na faculdade, você sabe, começamos automaticamente a escrever o tipo de trabalho que obtinha boas notas e a repetir o tipo de discurso que ganhava aplauso.

É sempre assim. Quer-se estar na moda. Pensa-se conforme a televisão diz que deva pensar e faz-se conforme o best-seller do The New York Times aconselha fazer. Sem críticas, sem resistência, sem se perguntar se é o certo, sem se preocupar se é verdade. É viver por viver, como uma pena que vai pra onde o vento soprar.

Pascal dizia que podemos ter três objetivos principais em relação à verdade: "um, descobri-la quando a buscamos; dois, demonstrá-la quando a possuímos; e por último, discerni-la do falso quando a examinamos". A moda hoje é não ter objetivo algum com a verdade. Assim, quem não a busca, muito menos pode demonstrá-la e, por não examiná-la, não pode discerni-la do falso.

Excerto do Pequeno Príncipe

E eu compreendi que não podia suportar a idéia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto.
[...]
- Ah! meu pedacinho de gente, meu amor, como eu gosto de ouvir esse riso!
- Pois é ele o meu presente ... será como a água...
- Que queres dizer?
- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas.
Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto ... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego ...
E riu de novo.
- Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem ...
E riu de novo...
[...]
E nenhuma pessoa grande jamais compreenderá que isso tenha tanta importância!
Esta é, para mim, a mais bela paisagem do mundo, e também a mais triste. É a mesma da página precedente. Mas desenhei-a de novo para mostrá-la bem. Foi aqui que o principezinho apareceu na terra, e desapareceu depois. Olhem atentamente esta paisagem para que estejam certos de reconhecê-la, se viajarem um dia na África, através do deserto. E se acontecer passarem por ali, eu lhes suplico que não tenham pressa e que esperem um pouco bem debaixo da estrela! Se então um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos de ouro, se não responde quando interrogam, adivinharão quem é. Então, por favor, não me deixem tão triste; escrevam-me depressa que ele voltou...
Antoine de Saint-Exupéry

Jesus é um mito?

Porque o mito continuaria a convencer as mentes mais brilhantes da história? Se houvesse um debate entre Paulo de Tarso, João, o evangelista, Justino, o Mártir, Clemente de Alexandria, João Damasceno, Orígenes, Agostinho, João Crisóstomo, Boécio, Erígena, Anselmo, Abelardo, Aquino, Bonaventura, Scotus, Ockham, Nicolas de Cusa, Cajetano, Lutero, Calvino, Kepler, Inácio de Loyola, Dante, da Vinci, Michelangelo, Descartes, Pascal, Leibniz, Berkeley, Copérnico, Newton, Kierkegaard, Newman, Pasteur, Jaspers, Marcel, Galileu, Tolstoi, Chesterton, Dostoievski, T.S. Eliot e C.S. Lewis, e pensadores ateus como Maquiavel, Hobbes, Renan, Freud, Darwin, Marx, La Mettrie, Skinner, Nietzsche, Sartre, Bertrand Russel, Ayer, Paine e a ACLU (American Civil Liberties Union), dificilmente este segundo grupo levaria vantagem.
Peter Kreeft

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A lógica do livre-arbítrio

Quando compreendemos a questão do livre-arbítrio, vemos o quanto é tolo perguntar o que alguém certa vez me perguntou: "Por que Deus criou um ser de ma­téria tão corrompida, condenando-o ao erro?"
Quanto melhor for a matéria da qual for feita uma criatura - quanto mais ela for inteligente, forte e livre -, tanto me­lhor será ela quando tender para o certo, e tanto pior quando tender para o errado. Uma vaca não pode ser nem muito boa, nem muito má; um cachorro já pode ser um pouco melhor ou um pouco pior; uma criança pode ser ainda melhor ou pior; um homem comum, ainda melhor ou pior; um homem de gênio, melhor ou pior ainda; um espírito sobre-humano, melhor - ou pior — do que todos os demais.

Lewis