“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

sábado, 31 de maio de 2008

Três componentes do amor


O Amor-Necessidade diz de uma mulher: "Não consigo viver sem ela". O Amor-Doação deseja proporcionar a ela felicidade, conforto, proteção - e, se possível, riqueza; o Amor Apreciativo a contempla, e prende a respiração, e se cala, e se alegra por tamanha maravilha existir, mesmo que não para ele, e não se sente inteiramente deprimido por perdê-la, e preferiria perdê-la a jamais tê-la visto.
C. S. Lewis

sábado, 24 de maio de 2008

Cristão mente fechada?


Doutrinas espirituais na verdade não limitam a mente como fazem as negações materialistas. Mesmo que eu creia em imortalidade eu posso não pensar sobre isso. Mas se eu descreio na imortalidade eu devo não pensar nisso.

No primeiro caso, a estrada está aberta e eu sigo por ela até onde eu desejar; no segundo caso, a estrada está fechada.
Chesterton

Viver confome a filosofia naturalista


Em algumas postagens, usei os termos “Filosofia Materialista” ou “Filosofia Naturalista”, que são a mesma coisa se usarmos na acepção de “materialismo científico”. Então, gostaria esclarecer o que vem a ser o “naturalismo” ou “materialismo” na acepção citada.

Basicamente, podemos traçar uma rota mais ou menos assim: no teísmo, Deus é o criador, ele é um Deus infinito e pessoal, ou seja, possui a característica de comunicação com o universo e com as pessoas. No deísmo, apesar de Deus ser também o criador, ele perde sua pessoalidade, ele criou o mundo e se afastou de sua criação, não há nenhuma interferência dele. No naturalismo, Deus é ainda mais reduzido, ele perda a própria existência, não existe Deus!

Enquanto no teísmo e no deísmo é Deus quem está no centro de tudo, no naturalismo é o próprio universo que é o centro, é o universo que é eterno e infinito. A única coisa que existe é a matéria, portanto, todos os seres são produto da matéria governada pelas leis universais, o processo de criação foi ativado por si mesmo, ele não foi colocado em movimento por uma Causa Primeira, Deus ou outra qualquer. Assim, a noção de um Planejador (que é a base do Projeto Inteligente, Design Inteligente ou simplesmente D.I) não é admitida pelos naturalistas.

Para o teísta, os valores são fundamentados em Deus, para o naturalista, eles são produzidos pelo homem. Ora, se não havia consciência antes do homem, não havia nenhum “certo” ou “errado”, isto é, não existia nenhum valor prático. Para o naturalista, a ética e a moral foi um desenvolvimento natural que acompanhou a evolução do homem.

A conseqüência disso tudo é que, se somos meros produtos do acaso, não somos mais valiosos que qualquer animal. É por isso que para o naturalista (não só), não há absolutos morais. Tudo é relativo (inclusive este juízo?). Se é a seleção natural quem manda, talvez, daqui a 30 anos, não seja errado matar filhos para comer suas vísceras, já que o imperativo é a luta pela sobrevivência. Se não temos absolutos morais, não podemos criticar o extermínio de judeus na Alemanha, pois, não teria sido “certo” para os alemães? Se não temos padrões morais absolutos, como poderemos dizer que algo é melhor ou pior? Melhor pra quem? Pior pra quem? Em relação a quem? Se eu e um amigo, cada um, desenharmos o mapa do Brasil, como poderíamos julgar o melhor desenho se não houvesse o Brasil? Como podermos chamar algo de “certo” ou “errado”, “melhor” ou “pior”, se não tenho o padrão?

É por isso que nenhum naturalista vive conforme sua filosofia. Ele só a usa no laboratório, para tapar os olhos ao sobrenatural. Por exemplo, os cientistas naturalistas (evolucionistas) dizem que os sentimentos de "amor" são meros efeitos de reações químicas no cérebro, uma ilusão causada por padrões de atividade neural. Os psicólogos evolutivos afirmam que o comportamento altruísta é mera estratégia calculada de ajudar os outros, para que eles, por sua vez, sejam ajudados. Olho por olho, dente por dente. Mas, o que fazem esses cientistas quando tiram o jaleco e vão para casa ao seio da família? São forçados a viver de modo incoerente com a filosofia que adotam profissionalmente.

"O cristão e o materialista defendem crenças diferentes sobre o universo. Os dois não podem estar certos. Aquele que estiver errado agirá de certo modo não ajustável ao universo real." (Lewis)


terça-feira, 20 de maio de 2008

A (in)segurança da Teoria Evolutiva


A figura ao lado representa uma notação da Lógica Simbólica e, usando "Mx" para representar "x é material", podemos lê-la como:

Para todo x, x é material.

Essa é a equação sagrada dos evolucionistas.
No post anterior, fiz uma pequena citação de Richard Lewontin (geneticista de Havard), que a usarei de forma mais completa para exemplificar como os darwinistas usam essa equação:
Não é que os métodos e as instituições da Ciência, de algum modo, nos forcem a aceitar uma explicação material do mundo fenomenal, mas, ao contrário, é que nós somos forçados por nossa aderência a priori às causas materiais a criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explicações materiais, não importa o quanto contra-intuitivo seja, ou o quanto desorientador seja para o não-iniciado. Além do mais, por ser materialismo absoluto, não podemosa permitir um Pé Divino na porta. O eminente estudioso de Kant, Lewis Beck costumava dizer que alguém que pode acreditar em Deus, pode acreditar em qualquer coisa. Apelar para uma divindade onipotente é permitir que a qualquer momento as regularidades da natureza possam sofrer uma ruptura, que milagres podem acontecer.
Em outras palavras, a evolução não é um fato, mas sim uma filosofia. O materialismo vem primeiro (a priori) e a evidência é interpretada à luz desse compromisso filosófico inalterável. Se a evidência parece ir contra a tal filosofia, tanto pior para a evidência. Para um materialista, tolerar qualquer quantidade de práticas defeituosas na ciência é melhor do que permitir um Pé Divino na porta.

Arraigados a preconceitos e não podendo ultrapassar as barreiras de sua filosofia, os cientistas evolucionistas tornam-se desonestos e insensatos. Ironizam e descredibilizam histórias sobrenaturais que tem algum fundamento e vêm contar histórias naturais que não tem fundamento algum. Riem da fé, mas crêem profundamente, apesar de nunca tererem presenciado, que o homem veio de seres inferiores e que o cérebro é produto de reações químicas. A evolução sempre tem uma resposta simples para tudo, seja na antropologia, na sociologia, na filosofia, na neurociência, em todas as áreas sempre encontraremos livros dispostos a explicar como é simples, através da evolução, existir tudo o que hoje existe.

Desta maneira, apoiados em uma teoria tão frágil, precisam ser duros com quem quer que duvide dela, zombam e fazem pouco dos que percebem esse teatro. Sentem-se ofendidos se questionados. Assim foi, por exemplo, com Richard Dawkins, quando, em sua casa, recebeu uma entrevistadora que o perguntou se ele poderia dar um exemplo de mutação genética ou processo evolutivo que poderia ser visto como aumento de informação no genoma. Dawkins pensou durante onze segundos e não conseguiu achar nenhum.
Depois, Dawkins fez uma declaração do ocorrido da seguinte maneira:
A suspeita aumentou muito quando fui desafiado a apresentar um exemplo de um processo evolutivo que aumente o conteúdo de informação do genoma. É uma pergunta que ninguém, exceto um criacionista, faria. (...) Só seria formulado dessa forma por alguém que duvida que tenha acontecido a evolução.
Dawkins só está disposto a falar com pessoas que concordem em aceitar a teoria da evolução.
Uma verdadeira ciência não põe barreiras para evitar que se façam perguntas relevantes. Não se pode chegar a um ponto tão "não-científico" do que isso, pois na verdadeira ciência, uma busca de evidências é sempre recomendada.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Não é o que você está vendo *

O que é ciência?

"Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos, e um método próprio".

Vejamos então dois exemplos de cientistas renomados de como aplicar a ciência para investigação dos fatos:

Em seu livro O Relojoeiro Cego, Richard Dawkins [um dos maiores nomes do evolucionismo na atualidade] escreveu que “a biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. Isto é, mesmo que você tenha um conhecimento empírico, através da experiência e observação dos fatos, de que existe um design na natureza, esqueça! É só impressão...

No livro Superforça, Paul Davies, famoso cientista evolucionista, nos diz que "O fato do universo ser criativo e que suas leis permitiram o surgimento e desenvolvimento de estruturas complexas ao ponto da consciência é para mim uma evidência poderosa de que existe algo por detrás disso tudo. A impressão de um projeto (design) é impressionante." Davies fala de "impressão", porque, apesar da evidência dos fatos, ele também nega um projeto inteligente.

Não faz muito tempo, os intelectuais achavam que o mais importante era avaliar a conclusão pelo método que fora empregado para se chegar até ela. Caso o método fosse aprovado, a conclusão receberia aceitação, mesmo que provisória. Hoje em dia, infelizmente, o que se avalia é se o método conduz a uma conclusão já pré-definida, em conformidade com o consenso institucional firmado em torno de grandes personalidades. Se não chegarmos à conclusão que eles querem, nosso método é errado e passarão a usar de ironia ao se referir a nós. A ciência, para eles, mesmo que neguem essa afirmação, tem o compromisso de encontrar e endossar explicações naturalistas para todos os fenômenos, independente dos fatos. Seguem direitinho o conselho de Francis Crick de que "os biólogos devem sempre manter em mente que o que vêem não foi projetado, e sim evoluiu."

O comportamento de tais cientistas é resumido nas palavras de um dos grandes defensores do evolucionismo, Richard Lewontin, de Harvard: "Não podemos permitir um Pé Divino na porta..."

Os cientistas que acreditam que a seleção natural originou o homem, crêem não por evidências, mas apesar das evidências. Arraigados a uma filosofia naturalista e cheias de preconceitos, suas mentes, diante dos fatos, vez por outra alerta-os: Não é o que você está vendo!
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A proposta do Design Inteligente (DI) encontra sua origem no teólogo William Pailey, que em 1831 imaginou o seguinte: se ao caminhar por uma charneca ele encontrasse uma pedra, provavelmente não daria maior atenção a ela, supondo que a mesma se encontra ali desde os princípios dos tempos.

Todavia, se ele se deparasse com um relógio, a coisa mudaria de figura, pois o relógio não é um objeto simples como a pedra. Ele leva imediatamente à idéia do relojoeiro, isto é, de uma inteligência que o projetou.

Assim, a existência de seres e/ou estruturas biológicas organizadas no mundo natural levariam à idéia de uma inteligência superior, provando a existência de Deus. Em linhas gerais, o DI propõe a mesma coisa: o design existe na natureza, levando inevitavelmente à idéia do designer.