“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

sábado, 24 de maio de 2008

Viver confome a filosofia naturalista


Em algumas postagens, usei os termos “Filosofia Materialista” ou “Filosofia Naturalista”, que são a mesma coisa se usarmos na acepção de “materialismo científico”. Então, gostaria esclarecer o que vem a ser o “naturalismo” ou “materialismo” na acepção citada.

Basicamente, podemos traçar uma rota mais ou menos assim: no teísmo, Deus é o criador, ele é um Deus infinito e pessoal, ou seja, possui a característica de comunicação com o universo e com as pessoas. No deísmo, apesar de Deus ser também o criador, ele perde sua pessoalidade, ele criou o mundo e se afastou de sua criação, não há nenhuma interferência dele. No naturalismo, Deus é ainda mais reduzido, ele perda a própria existência, não existe Deus!

Enquanto no teísmo e no deísmo é Deus quem está no centro de tudo, no naturalismo é o próprio universo que é o centro, é o universo que é eterno e infinito. A única coisa que existe é a matéria, portanto, todos os seres são produto da matéria governada pelas leis universais, o processo de criação foi ativado por si mesmo, ele não foi colocado em movimento por uma Causa Primeira, Deus ou outra qualquer. Assim, a noção de um Planejador (que é a base do Projeto Inteligente, Design Inteligente ou simplesmente D.I) não é admitida pelos naturalistas.

Para o teísta, os valores são fundamentados em Deus, para o naturalista, eles são produzidos pelo homem. Ora, se não havia consciência antes do homem, não havia nenhum “certo” ou “errado”, isto é, não existia nenhum valor prático. Para o naturalista, a ética e a moral foi um desenvolvimento natural que acompanhou a evolução do homem.

A conseqüência disso tudo é que, se somos meros produtos do acaso, não somos mais valiosos que qualquer animal. É por isso que para o naturalista (não só), não há absolutos morais. Tudo é relativo (inclusive este juízo?). Se é a seleção natural quem manda, talvez, daqui a 30 anos, não seja errado matar filhos para comer suas vísceras, já que o imperativo é a luta pela sobrevivência. Se não temos absolutos morais, não podemos criticar o extermínio de judeus na Alemanha, pois, não teria sido “certo” para os alemães? Se não temos padrões morais absolutos, como poderemos dizer que algo é melhor ou pior? Melhor pra quem? Pior pra quem? Em relação a quem? Se eu e um amigo, cada um, desenharmos o mapa do Brasil, como poderíamos julgar o melhor desenho se não houvesse o Brasil? Como podermos chamar algo de “certo” ou “errado”, “melhor” ou “pior”, se não tenho o padrão?

É por isso que nenhum naturalista vive conforme sua filosofia. Ele só a usa no laboratório, para tapar os olhos ao sobrenatural. Por exemplo, os cientistas naturalistas (evolucionistas) dizem que os sentimentos de "amor" são meros efeitos de reações químicas no cérebro, uma ilusão causada por padrões de atividade neural. Os psicólogos evolutivos afirmam que o comportamento altruísta é mera estratégia calculada de ajudar os outros, para que eles, por sua vez, sejam ajudados. Olho por olho, dente por dente. Mas, o que fazem esses cientistas quando tiram o jaleco e vão para casa ao seio da família? São forçados a viver de modo incoerente com a filosofia que adotam profissionalmente.

"O cristão e o materialista defendem crenças diferentes sobre o universo. Os dois não podem estar certos. Aquele que estiver errado agirá de certo modo não ajustável ao universo real." (Lewis)


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