Chesterton
Toda a apreciação genuína se fundamenta num certo mistério de humildade e de quase escuridão. O homem que disse, “Bem aventurado quem nada espera, pois não será desapontado”, colocou o elogio muito inadequadamente e mesmo falsamente. A verdade é: “Bem aventurado quem nada espera, pois será surpreendido”. Quem nada espera, vê rosas mais vermelhas que os homens comuns, vê gramas mais verdes e um sol mais brilhante. Bem aventurado quem nada espera, pois possuirá as cidades e as montanhas; bem aventurado os mansos, pois possuirão a terra. Até que percebamos que as coisas podem não ser, não podemos perceber que as coisas são. Até que vejamos o fundo negro, não podemos admirar a luz como uma coisa criada e única. Tão logo tenhamos visto a escuridão, toda luz será imprevista, brilhante, ofuscante e divina. Até que imaginemos o nada, subestimamos a vitória de Deus, e não poderemos perceber nenhum dos troféus de Sua antiga guerra. Um dos milhões dos espantosos gracejos da verdade é que não sabemos nada até que nada saibamos.
2 comentários:
Feliz 2010!
te leio sempre...
um abraço
Postar um comentário