“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

sábado, 16 de janeiro de 2010

A estupidez moderna

Gustavo Corção

O século XIV foi o sombrio e tumultuoso século da peste negra, da guerra de cem anos e da fragorosa ruína da civilização cristã. Nosso bravo século XX, em lugar da sombria nuvem pestífera que pairou cem anos sobre a cristandade agonizante, está sendo flagelado por uma outra nuvem, não menos sombria: a da estupidez satisfeita e otimista.

A multiplicação dos meios de informação em prejuízo dos meios de formação permite uma ilusão de saber, que é uma das formas mais impertinentes da tolice. Todo mundo pensa que sabe o que leu nas notícias ou viu na TV. Lendo a ida do homem à Lua, engolindo o fato, o farelo, a cinza, qualquer um se sente participante da coragem dos astronautas, quando na verdade ele não passa de um espectador que, de chinelo e pijama, engole voluptuosamente a informação que em nada eleva a sua inteligência nem purifica a sua vontade.

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