Chesterton
O Homem que foi quinta-feira
- É o novo recruta? - perguntou o chefe invisível que parecia estar a par de tudo. - Está bem. Está admitido.
Syme, assombrado, trêmulo, procurou timidamente lutar contra esta sentença irrevogável.
- Mas eu, na verdade, não tenho experiência...
- Ninguém tem experiência alguma da batalha do Armagedom - disse o outro.
- Também não sei se sou capaz...
- Mas você quer e isso basta - retrucou o desconhecido.
- Mas, a verdade - ponderou Syme -, é que não sei de nenhum ofício em que a simples boa vontade seja prova de aptidão.
- Eu sei - disse o outro. - O dos mártires. Eu estou condenado à morte. Passe bem.
Foi assim que ao reaparecer com sua deplorável cartola preta e seu anárquico e deplorável casaco na claridade carmesim do crepúsculo, Gabriel Syme vinha sido feito membro da nova corporação de detetives, fundada para dar combate à grande conspiração.
Ver também "Os policiais filósofos".
Ver também "Os policiais filósofos".
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