“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

domingo, 9 de outubro de 2011

Bem-vindo à corporação.

Chesterton
O Homem que foi quinta-feira

- É o novo recruta? - perguntou o chefe invisível que parecia estar a par de tudo. - Está bem. Está admitido.

Syme, assombrado, trêmulo, procurou timidamente lutar contra esta sentença irrevogável.

- Mas eu, na verdade, não tenho experiência...

- Ninguém tem experiência alguma da batalha do Armagedom - disse o outro.

- Também não sei se sou capaz...

- Mas você quer e isso basta - retrucou o desconhecido.

- Mas, a verdade - ponderou Syme -, é que não sei de nenhum ofício em que a simples boa vontade seja prova de aptidão.

- Eu sei - disse o outro. - O dos mártires. Eu estou condenado à morte. Passe bem.

Foi assim que ao reaparecer com sua deplorável cartola preta e seu anárquico e deplorável casaco na claridade carmesim do crepúsculo, Gabriel Syme vinha sido feito membro da nova corporação de detetives, fundada para dar combate à grande conspiração.

Ver também "Os policiais filósofos".

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