“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Discordando de Platão no amor

O amor é um algo desejado, e, dirá Platão, só se deseja aquilo que lhe falta, aquilo que não se possui. Portanto, o que se ama é aquilo que não se tem. Daí o grande sofrimento do amor, enquanto a falta domina. Se já não existe falta, temos qualquer outro sentimento, menos amor.
Nas palavras de Platão, o que é amar? "É carecer do que se ama e querer possuí-lo para sempre". Se amor é desejo e se desejo é carência, só podemos amar aquilo que não temos.

Mas a essência do desejo não é a falta. Há vários tipos de amores e o que eles têm em comum não é a falta. Amor aos pais, amor aos filhos, amor aos lugares, amor pelos amigos... Na verdade o que esses tipos de amor têm em comum é a alegria, o regozijo. Não é por faltar que eu amo, mas o que eu amo é que, às vezes, me falta. O que vem primeiro é a alegria, o desejo, a vontade e não a falta. "Há uma felicidade em mim, cuja causa é você", isso é o amor. Adeus, Platão.

Um comentário:

Florzinha disse...

Gostei do texto. O tema "amor" vem ganhando mais frequência nas suas postagens e o discursos racional já não é tão enfático. Isso é bom...rs. Bjo!