A realidade, para nós, funda-se na diferença que fazemos entre efetivo e possível, isto é, entre real e imaginário.
A referência para a diferenciação entre real e imaginário está relacionada à vontade e ao tempo. À vontade, porque o real eu não posso mudar como eu bem quiser (apesar de poder mudar algumas coisas), mas o imaginário, sim. Ao tempo, porque somente o presente é real; o passado só poderá vir à tona na lembrança e o futuro se imaginado.
Porém, a vontade e o tempo só serão referências do real se formos honestos conosco. Eu posso mentir para os outros sem que ninguém saiba, a não ser eu. Mas mentir pra si mesmo pode tornar-se uma doença no momento em que nos esquecemos que estamos mentindo. A neurose, por exemplo, é uma mentira inventada, mas esquecida de que foi inventada. Por isso o neurótico a vê como real; ele esqueceu que ele mesmo inventou aquilo.
Daí podemos tirar a conclusão de que o real depende da nossa autoconsciência, da nossa capacidade de ter o compromisso da verdade pelo menos para nós mesmos, para que não esqueçamos que tal ou tal coisa foi imaginação minha ou que tal e tal coisa foi uma mentira que inventei, etc.
Eis o motivo pelo qual não me agrado do Pensamento Positivo, da Lei da Atração, etc, que vêm sendo difundidos hoje em dia nos nossos "best-sellers". Eles simplesmente nos estimulam a soltar as rédeas da imaginação, para que possamos criar nosso futuro como bem entendermos e de uma maneira tal, com técnicas de auto-engano, que possam nos fazer crer verdadeiramente que aquilo que criamos na nossa mente seja a realidade, o efetivo. Estão nos ensinando um tipo de neurose moderna, pois, conforme as técnicas desses livros, devemos criar o nosso futuro e crer que ele já é real; e quem melhor aplica essas técnicas é aquele que não duvida daquilo que imaginou e o já tem como realidade. Pura neurose. Devemos esquecer que inventamos.
Pior de tudo, neurose egoísta, cuja finalidade é ensinar que as pessoas vejam a si mesmas como um super-homem melhor que cada outro. "Ensinam a serem esnobes; espalham uma espécie de poesia maligna de materialismo... inflamam as paixões mais vis da ganância e do orgulho."
A referência para a diferenciação entre real e imaginário está relacionada à vontade e ao tempo. À vontade, porque o real eu não posso mudar como eu bem quiser (apesar de poder mudar algumas coisas), mas o imaginário, sim. Ao tempo, porque somente o presente é real; o passado só poderá vir à tona na lembrança e o futuro se imaginado.
Porém, a vontade e o tempo só serão referências do real se formos honestos conosco. Eu posso mentir para os outros sem que ninguém saiba, a não ser eu. Mas mentir pra si mesmo pode tornar-se uma doença no momento em que nos esquecemos que estamos mentindo. A neurose, por exemplo, é uma mentira inventada, mas esquecida de que foi inventada. Por isso o neurótico a vê como real; ele esqueceu que ele mesmo inventou aquilo.
Daí podemos tirar a conclusão de que o real depende da nossa autoconsciência, da nossa capacidade de ter o compromisso da verdade pelo menos para nós mesmos, para que não esqueçamos que tal ou tal coisa foi imaginação minha ou que tal e tal coisa foi uma mentira que inventei, etc.
Eis o motivo pelo qual não me agrado do Pensamento Positivo, da Lei da Atração, etc, que vêm sendo difundidos hoje em dia nos nossos "best-sellers". Eles simplesmente nos estimulam a soltar as rédeas da imaginação, para que possamos criar nosso futuro como bem entendermos e de uma maneira tal, com técnicas de auto-engano, que possam nos fazer crer verdadeiramente que aquilo que criamos na nossa mente seja a realidade, o efetivo. Estão nos ensinando um tipo de neurose moderna, pois, conforme as técnicas desses livros, devemos criar o nosso futuro e crer que ele já é real; e quem melhor aplica essas técnicas é aquele que não duvida daquilo que imaginou e o já tem como realidade. Pura neurose. Devemos esquecer que inventamos.
Pior de tudo, neurose egoísta, cuja finalidade é ensinar que as pessoas vejam a si mesmas como um super-homem melhor que cada outro. "Ensinam a serem esnobes; espalham uma espécie de poesia maligna de materialismo... inflamam as paixões mais vis da ganância e do orgulho."
2 comentários:
Gostei muito deste texto, Agnon. Incisivo e muito bem fundamentado.
Valeu!!!
Obrigado, amigo.
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