“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ignorância criminosa

Para conhecer qualquer coisa é preciso conhecer seus efeitos. Para ver os homens, precisamos ver suas obras, de tal modo que possamos aprender o que foi ditado pela razão ou incitado pela paixão e descobrir quais são os mais poderosos motivos da ação. Para julgar corretamente o presente, precisamos opô-lo ao passado, porque todo juízo é comparativo, e do futuro nada se pode saber. A verdade é que nenhum espírito se ocupa muito do presente: a lembrança e a expectativa preenchem quase todos os nossos momentos. Nossas paixões são alegria e dor, amor e ódio, esperança e medo. O passado é o objeto da alegria e da dor, e o futuro, da esperança e do medo. Mesmo o amor e o ódio dizem respeito ao passado, porque a causa antecede o efeito.

O atual estado de coisas é a conseqüência do anterior, e é natural indagar quais foram as fontes do bem que usufruímos e as do mal que sofremos. Se agimos somente por nós mesmos, não é prudente ignorar o estudo da história; se o cuidado de outros nos é confiado, ignorá-lo não é justo. A ignorância, quando voluntária, é criminosa. E se pode, com propriedade, acusar de cometer o mal quem se recusou a aprender como evitá-lo.
*Samuel Johnson

Nenhum comentário: