Para conhecer qualquer coisa é preciso conhecer seus efeitos. Para ver os homens, precisamos ver suas obras, de tal modo que possamos aprender o que foi ditado pela razão ou incitado pela paixão e descobrir quais são os mais poderosos motivos da ação. Para julgar corretamente o presente, precisamos opô-lo ao passado, porque todo juízo é comparativo, e do futuro nada se pode saber. A verdade é que nenhum espírito se ocupa muito do presente: a lembrança e a expectativa preenchem quase todos os nossos momentos. Nossas paixões são alegria e dor, amor e ódio, esperança e medo. O passado é o objeto da alegria e da dor, e o futuro, da esperança e do medo. Mesmo o amor e o ódio dizem respeito ao passado, porque a causa antecede o efeito.
O atual estado de coisas é a conseqüência do anterior, e é natural indagar quais foram as fontes do bem que usufruímos e as do mal que sofremos. Se agimos somente por nós mesmos, não é prudente ignorar o estudo da história; se o cuidado de outros nos é confiado, ignorá-lo não é justo. A ignorância, quando voluntária, é criminosa. E se pode, com propriedade, acusar de cometer o mal quem se recusou a aprender como evitá-lo.
*Samuel Johnson
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