
A ignorância é a limitação da verdade, ao passo que o erro é sua negação. Quem ignora e quem erra não sabem. Porém, quem ignora pensa saber e engana-se a si próprio, o que equivale a dupla ignorância. Ao dizer "só sei que nada sei", Sócrates afirmava que nada sabia e, ainda, que sabia que não sabia. Por isso, ao saber que não se sabe, procura-se saber: é a douta ignorância. Isto não ocorre com aquele que não sabe e ainda desconhece que não sabe. Nesta má ignorância o sujeito pensa que sabe e, por isso, não procura saber. Assim, ele não sabe o que pensa saber e também desconhece que não sabe: é duplamente ignorante. Nesse sentido, a ignorância consciente é um precioso preservativo do erro. De outra forma, imaginar saber quando não se sabe é a pior das ignorâncias e o maior obstáculo ao conhecimento, porque não se procura a luz da verdade.
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