“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Douta ignorância e Dupla ignorância


A ignorância é a limitação da verdade, ao passo que o erro é sua negação. Quem ignora e quem erra não sabem. Porém, quem ignora pensa saber e engana-se a si próprio, o que equivale a dupla ignorância. Ao dizer "só sei que nada sei", Sócrates afirmava que nada sabia e, ainda, que sabia que não sabia. Por isso, ao saber que não se sabe, procura-se saber: é a douta ignorância. Isto não ocorre com aquele que não sabe e ainda desconhece que não sabe. Nesta má ignorância o sujeito pensa que sabe e, por isso, não procura saber. Assim, ele não sabe o que pensa saber e também desconhece que não sabe: é duplamente ignorante. Nesse sentido, a ignorância consciente é um precioso preservativo do erro. De outra forma, imaginar saber quando não se sabe é a pior das ignorâncias e o maior obstáculo ao conhecimento, porque não se procura a luz da verdade.

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