“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nem toda diversão é divertida para todos

Não sou anti-social, mas, muitas vezes, prefiro ficar em casa a participar de determinadas diversões. Nem toda diversão é divertida para todos.

A maioria das diversões atuais tem como alicerce a fuga de responsabilidades. É comum conceber os fins de semana e feriados como momentos para extravasar. Aquele que não acompanhar o ritmo, torna-se logo motivo de críticas, ironias e chacotas. Se dispenso o convite, porque quero ficar em casa, o que ouço mais comumente é: “Deixa de ser morto!”.

No entanto, “morto” é a única coisa que eu não sou, quando recuso um convite para certas diversões. O homem que está morrendo é justamente aquele que não consegue ficar na “monotonia”, ele tem que estar sempre mudando, porque se “cansa” rapidamente. A criança, que é cheia de vida, passa horas e horas na mesma brincadeira “monótona” de correr em círculos ou de chutar a bola contra a parede. O homem, hoje, cansa de uma festa e, antes mesmo dela terminar, vai pra outra. Quando acorda no outro dia, já tem que ter outra “diversão” marcada, que é pra não ficar em casa na “monotonia”. Este homem, sim, está morrendo. Ele se cansa de tudo e não consegue ficar “quieto” por muito tempo. Ele não consegue ficar sozinho, consigo mesmo, sem ficar angustiado.

Na última sexta-feira um amigo me chamou para sair para um lugar que toca um dos tipos de música que odeio. Após a minha recusa ele disse:

- Cara, tu tem que viver!

Depois, disse um provérbio que foi muito usado nos anos 60:

- Pedra que rola não cria musgo!

Então lembrei-me das palavras de Chesterton, que dizia que “as pedras rolantes fazem barulho ao tocarem as outras pedras; mas elas estão mortas. O musgo é silencioso porque está vivo".

Nesta sexta, diverti-me bastante relendo alguns grifos meus nos livros do Lewis.

5 comentários:

Caminho Abreu e Lima disse...

Parabéns!

Florzinha disse...

"Nesta sexta, diverti-me bastante relendo alguns grifos meus nos livros do Lewis."

Interessante...rsrsrs

juliana kramer disse...

E não é brincdeira minha não, para mim, foi muito divertido reler meus grifos no Lewis. Mas, como eu mesmo disse, "Nem toda diversão é divertida para todos".

Ronni Anderson disse...

Ótimo texto... Falou tudo que sempre quis falar!

Unknown disse...

vc escolhe as postagens que quer "comentar"??!! rsrsrsrs!! brincadeirinha! as vezes o que menos precisamos é de "palavras"! eu sei!

bom, passando prá parabenizá-lo por mais esse texto! sua linha literária... sem comentários, né?!

passei-o (texto) prá minha filha (que deve ter sua idade)!! reflexão é sempre bem vinda! ainda mais aqui em SAMPA onde a vida não para (nova ortografia!!!).

abraço grande, agnon. vc é um presente à nós leitores(as), amantes da "palavra escrita".