“Contenham esse avanço... Façam qualquer coisa, por menor que seja... Mantenham aberta ainda que seja uma só porta dentre cem, pois conquanto que tenhamos pelo menos uma porta aberta, não estaremos numa prisão.”
(G.K.C)

segunda-feira, 30 de março de 2009

A liberdade do nosso lar

Eu não entendo a difundida idéia de que ficar em casa é ficar "preso", é privar-se da liberdade, é ficar na monotonia, na apatia. Já falei disso antes numa postagem chamada "Nem toda diversão é divertida para todos".

Parece-me impensada tal afirmativa. Em que outro lugar no mundo um homem pode mudar tudo ou fazer qualquer coisa que quiser? Fora de casa você tem que se submeter aos rígidos regulamentos de um restaurante, de uma loja, de um hotel ou de um clube. A não ser por uma exceção, encontraremos um restaurante excêntrico em que você possa comer sentado no chão. Mesmo assim, existirão regras de como devamos nos sentar e de como os talheres deverão estar dispostos.

Em casa, posso andar de pijama, ir desde o quarto até jardim, mas não devo passar do portão da rua - onde muitos dizem que mora a liberdade - sob pena de ser censurado ou coisa pior. Nossa casa é o único recanto de terra livre num mundo de regulamentos. “O lar é o único local onde o homem pode por um tapete no telhado ou telhas no chão a seu bel prazer”. Onde quer que eu vá, para além da minha casa é tudo regras e leis. Tenho que desligar o telefone no cinema, não posso falar no teatro e existe uma espécie de traje apropriado para ir ao shopping. Não que eu torça o nariz com tudo isso, mas estou apenas querendo mostrar que é em casa que tenho liberdade e que seria mais verídico se disséssemos “Esse aí vive livre dentro de casa, não quer ir a canto algum”, do que o que normalmente ouvimos falar.

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